quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

BENFICA: EQUIPA FACE ÀS FINANÇAS


"Percebia-se... Agora ficou claríssimo: SOS contra o passivo. Nova táctica: 4x3x3. Fácil perceber porquê demorou a chegar...

Afinal, a equipa do Benfica dá súbitos, mas claros, indícios, de ter conseguido ressuscitar para discussão do título. Veremos se ainda a tempo... após tremendo naufrágio em metade da temporada (calamitoso percurso na Europa e nas Taças nacionais!). De repente, qual Fénix a renascer de cinzas, 2.ª parte encostando Sporting à parede, convicção em Moreira de Cónegos, ainda superior firmeza no puro sim ou sopas em casa do SC Braga. Indícios... Tal como os de as próximas jornadas parecerem favoráveis a consolidar ideia de equipa afinal não moribunda.

Percebia-se... Mas claríssimo acaba de fica o motivo da impreparação benfiquista para esta época, transferindo, num jacto, 3 pilares da defesa e o único puro ponta de lança (sem aquisições capazes de, sequer minimamente, compensarem tão graves percas): o Benfica é o 2.º clube europeu com maior passivo, na casa de €300 milhões. Só o Manchester United o derrota nesta matéria - FC Porto e Sporting estão bem atrás.
Não entro na complexa análise de passivo versus activos; para mim, passivo é passivo - e este, pelos vistos, é duro de resolver. Daí lógica/inevitável urgência de prioridade às finanças. Quiça atrasada, evidentemente saudável. Dúvida que fica: aflitíssimo/inadiável/drástico SOS para fuga a abismo? Ou poderia ter havido ponto de equilíbrio preservando capacidade competitiva superior à que espatifou meia temporada e poderá ter graves sequelas - também financeiras... - se falhar entrada na próxima Champions e minguada for a cotação de futebolistas?
Sim, no fundo é simples: a equipa (o seu poder competitivo= face à situação financeira.

Táctica mudada, de 4x4x2 para 4x3x3;ou seja: de 2 pontas de lança para 3 médios centrais. Li e ouvi múltiplas críticas ao treinador por atraso nesta alteração (curioso: 4x3x3 sempre foi o sistema preferido por Rui Vitória antes de entrar no Benfica). A minha análise:
- Foi em 4x4x2, com Jorge Jesus e com Rui Vitória, que o Benfica se sagrou tetracampeão. Porquê iniciar a época noutro esquema, se o Benfica até adquirira ponta de lança Seferovic para substituir Mitroglou? E que meios houve para mais depressa mudar?
- Benfica campeão e conquistador de quase tudo em Portugal tinha consistência defensiva e poder atacante com tónica no corredor central: Fejsa-Pizzi-Jonas-Mitroglou (mais poderoso apoio de Nélson Semedo...). Adeus a 3 pilares na rectaguarda; saga a encontrar o guarda-redes - de Bruno de Carvalho para Júlio César, deste para Svilar e de novo Varela -; lesões de Fejsa, o equilibrador; Pizzi a léguas do seu rendimento anterior (decisivo!); Seferovic com fogo fátuo, num ápice retornando ao que eu lhe vira em jogos da selecção suíça e do Frankfurt... Fracasso num ponta de lança parceiro de Jonas e, sem Fejsa-Pizzi, buracões no meio-campo. Durante meses, quem para ser 3.º médio? Samaris começou a época cumprindo 4 jogos de suspensão, depressa voltou a ser expulso - e cada vez menos é n.º 8... Filipe Augusto esbanjando ror de oportunidades. Recém-chegado Chrien nem pensar...
- Até que veio a solução: Krovinovic. Não em Agosto e Setembro (operado), naturalmente sem bom ritmo em Outubro. Só com ele a sério - já era Novembro... - Rui Vitória pôde preparar e implantar o 4x3x3 que, repito, preferiu em quase toda a sua carreira. Neste caso, implicando, qual mal menor, sacrifício de Jonas como ponta de lança único... Ai se ele se constipa! O mesmo para Krovinovic e Pizzi... E para André Almeida, revelação da época!
Não me parece assaz difícil de perceber!

Dr.ª Margarida R. dos Reis
Acabou a vida de protagonista da História em A Bola durante quase meio século! Com D.ª Maria Hermínia Arga e Lima formou pioneira dupla de Senhoras liderando administração de jornal que não perdeu o tino e, combinando bom senso com forte leme, soube ultrapassar tempos de turbulência como os de 1974/75 em pleno PREC. Nelas, praticamente todos nesta casa vimos patroas também Amigas.
Aprendi na vida - e, muito vincadamente, no interior de A Bola - o profundo significado de dois sentimentos: Gratidão e Memória. Muito obrigado, dr.ª Maria Margarida."

Santos Neves, in A Bola

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