terça-feira, 10 de janeiro de 2017

SAIAM DA FRENTE DO GUEDES


Dois golos tirados a papel químico, um Carrillo que voltou a ser um bocadinho Carrillo, um miúdo sérvio que se faz jogador, enfim, ao contrário dos restantes grandes, o Benfica leva boas recordações do último jogo da fase de grupo da Taça da Liga. Antes de mais porque ganhou em Guimarães (2-0) e garantiu um lugar na final four da prova (jogará a meia-final com o Moreirense, no final do mês), o que depois do que se viu na última semana parece quase um feito. E depois porque mesmo com oito mudanças face ao onze que entrou no mesmo campo no sábado, o Benfica jogou bem, jogou bonito até a espaços e com alguma rapidez descomplicou um jogo em que o V. Guimarães até entrou mais arrebitado.
De tal forma que já ninguém se lembra da grande penalidade falhada por Pizzi quando ainda tudo estava a zeros - o Benfica não desperdiçava da linha dos 7 metros há quase dois anos. Nos primeiros minutos, os encarnados mostravam algumas dificuldades em se fazer notar na área, até porque Rui Vitória apostou num onze sem avançados de raiz e com dois extremos, Gonçalo Guedes e Rafa, como homens mais adiantados. Mas com o avançar do relógio os miúdos deixaram de aparecer nas alas e começaram aí a surgir as oportunidades.
Rafa começou por falhar um par de remates (falta-lhe afinar a finalização para ser caso sério), coisa que Gonçalo Guedes não imitou já no último quarto de hora da 1.ª parte, com dois golos que pareciam gémeos monozigóticos. Aos 34 minutos, Rafa abriu bem para Nelson Semedo, com o lateral a ver bem a movimentação dos colegas na área. O passe atrasado chegou perfeito a Guedes, que rematou cruzado, fora do alcance do guardião Miguel Silva.
Seis minutos mais tarde, tabelinha entre Guedes e Carrillo, com o peruano a ver bem a entrada no colega na área. O passe atrasado chegou perfeito a Guedes, que rematou cruzado, fora do alcance do guardião Miguel Silva. Saiam da frente.


(E porque há jogadas que podem recuperar um jogador, ou até afagar-lhe o espírito, Guedes fez questão de dedicar o golo ao sempre tão criticado Carrillo, com quem todos os colegas festejaram).
Ainda antes do intervalo, o Benfica podia ter marcado de novo. Gonçalo Guedes, com energia até mais não, cruzou na linha e Zivkovic correu, correu, correu até quase conseguir a emenda. Foi por pouco. O jovem extremo voltou a mostrar-se a Rui Vitória: é rápido, tem drible, cruza bem e toma boas decisões. Foi dos melhores e dos mais intensos do Benfica, nomeadamente na 2.ª parte, quando o ritmo abrandou. Mas para o sérvio não há cá jogos ganhos. Pinta de craque não lhe falta.
De resto, um jogo que até foi bastante disputado e interessante na primeira parte ficou algo manchado pelas cenas pouco edificantes que envolveram Nelson Semedo e adeptos do Vitória. Já perto do intervalo, o lateral provocou as bancadas - sempre má ideia em Guimarães - e a resposta fez-se com cadeiras voadoras, pastilhas elásticas, insultos do mais variado género e vaias no resto do jogo. Depois, na saída para os balneários, mais sururu, agora entre Flávio Meireles e Pietra. Não havia necessidade.
Ao intervalo, o Benfica estava já com pé e meio na final four da Taça da Liga. Na segunda parte, o Benfica – menos vertiginoso e mais cerebral – controlou o jogo com bola, não permitindo veleidades ao V. Guimarães de acercar com perigo da baliza defendida por Júlio César nos segundos 45 minutos.
Com este triunfo, as águias seguem em frente na Taça CTT e está na final four que terá lugar no Algarve.
O Sport Lisboa e Benfica alinhou com Júlio César; Nélson Semedo (Lindelöf, 85’), Lisandro, Jardel, André Almeida; Samaris, Pizzi, Carrillo (Jonas, 81’), Zivkovic; Gonçalo Guedes e Rafa.

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