terça-feira, 31 de janeiro de 2017

A IRONIA DE TONI

O antigo jogador e treinador do Benfica não quer colar a palavra crise ao atual momento do clube

É O GUEDES QUE NÃO DEVIA TER SAÍDO, SÃO AS LESÕES QUE SÃO MUITAS, É PORQUE ESTÁ A CHOVER, É PORQUE ESTÁ SOL....

Pode falar-se em crise no Benfica?
Não sei se pode falar em crise ou não. Estes últimos resultados não são nada expectáveis. Mas falar-se em crise não me parece.
De quem é a culpa?
A culpa? Sabe que... o futebol é susceptível a este tipo de análise. Há um mês andava-se a fazer esta pergunta ao Sporting. Há dois meses fazia-se a mesma pergunta ao Porto. E agora fazem-se as mesmas perguntas ao Benfica. Aquilo que está acontecer é uma sequência de resultados negativos e que deixam reduzida a almofada que o Benfica tinha. Nesta altura, quem lidera é que tem de analisar a situação: saber o que está a contribuir para que estes resultados estejam a acontecer e pensar que ainda estamos no começo da segunda volta. Há ainda muito jogo e muito ponto para ganhar. Claro que há um abalo em termos da confiança, mas são jogadores que já passaram por momentos complicados na época passada e que souberam reagir. E vão com certeza continuar a reagir.
Em relação ao clássico no sábado entre o Porto e o Sporting. O Benfica espera vir a ter alguma vantagem com o resultado? 
São as perguntas clássicas. Há um clássico que não resolve nada para ninguém. Aquilo que resolve é afastar um pouco mais ou encostar um pouco mais. Este vai ser um campeontato que vai ser discutido até a ultima. Nesta altura só estao englobados os três (Benfica, Sporting e Porto), não sei qual vai ser o comportamento do Braga nem do Vitória para saber se também encurtam ainda mais as distâncias. Mas o clássico de sábado entre o FC Porto e o Sporting não vai mudar nada. Nem mesmo uma vitória do Benfica, ontem em Setúbal, decidia alguma coisa. Qualquer que seja o resultado, não afasta ninguém da discussão do título.
O plantel está equilibrado como se dizia que era?
Sabe que quem está de fora pode fazer a análise que bem entender. Quem está dentro é que entende a relação das exigências que há e as provas em que estão envolvidos. Quem está dentro é que pode achar se o plantel está ou não equilibrado. A mim parece-me que está equilibrado. Mas isso sou eu, que estou de fora; quem está lá dentro é que tem fazer uma análise mais aprofundada.
A venda de Gonçalo Guedes poderá ter precipitado isto?
As decisões são sempre de quem lidera e são decisões amadurecidas e ponderadas. É natural que, quando os resultados não acontecem, haja sempre este tipo de coisas. O Gonçalo Guedes não devia ter saído, depois são as lesões que são muitas, depois é porque está a chover, depois é porque está a fazer sol, depois tambem é a arbitragem. Mas ainda em relação ao Gonçalo Guedes são decisões amadurecidas e ponderadas.
E em relação à arbitragem de ontem?
Aqui se vê que o Benfica está a ser “mesmo” levado ao colinho para o primeiro lugar. Tem se visto nos últimos tempos o grande colinho que dizem que Benfica tem. Tem se visto que há aqui uma mudança. O “chip” mudou, está a mudar e, está a deslocar-se. Mas isto ainda vai no adro... deixe estar mais um tempo. Está a jogar-se noutro tabuleiro e há muitas jogadas.

Toni, in Coluna Expresso

“VOLTEI A SENTIR-ME EM CASA”


Pedro Miguel Almeida Lopes Pereira foi esta terça-feira oficializado como reforço do SL Benfica para as próximas cinco temporadas e meia, o mesmo que dizer até 2022. É um regresso a casa do lateral direito de 19 anos (22/01/1998) que chegou ao Clube em 2008/09, oriundo do GDR Afeiteira.
Natural de Vendas Novas, o atleta de 182cm e 75kg, fez toda a sua Formação no SL Benfica, ingressando nos italianos do Sampdoria em 2015/16.
Em declarações exclusivas à BTV, o lateral revelou uma enorme alegria neste regresso à Luz e traçou metas ambiciosas.
“Não tenho palavras, neste momento, para descrever o que estou a sentir. Desde que surgiu a opção de regressar ao Benfica, esse sempre foi o meu primeiro desejo. Falei com a Sampdoria para me deixarem vir e quando tive a certeza que isso ia acontecer foi um dos melhores sentimentos da minha vida”, começou por dizer.
Este é um regresso a casa e “como todos os jogadores que saem da Formação do Benfica, também eu sonhava chegar à equipa principal. Consegui cumprir esse sonho e, felizmente, estou de volta ao Benfica”.
 Como se desenrolou todo este processo?
“A partir do momento em que soube que havia essa possibilidade, comuniquei que o meu desejo era regressar. Foi um processo longo, demorado, mas felizmente mas acabou com o meu regresso. Sempre me perguntaram se queria mesmo voltar ao Benfica. Disse que sim e permitiram que isso acontecesse”, revelou o lateral.
Pedro Pereira conhece muito bem o Caixa Futebol Campus, mas mais uma vez as condições do Seixal não deixaram de surpreender.

“Quando saí do Caixa Futebol Campus já tínhamos todas as condições, não nos faltava nada. Quando voltei a entrar notei que cresceu ainda mais, está mais completo. É uma mais-valia e por isso é que o Benfica continua a crescer”, explicou, desvendando que “encontrei alguns dos meus antigos colegas. Voltei a sentir-me em casa”, atirou taxativo.
 Como se sentiu neste regresso?
“Quando cheguei estava nervoso, mas fui muito bem acolhido por todos. Fizeram-me sentir bem, estavam sempre perto de mim, falavam comigo e isso fez-me sentir tranquilo e feliz. É o atingir de um sonho. Agora é continuar a trabalhar”, explicou o jovem de 19 anos.
 Instado a apontar uma referência no atual plantel do Tricampeão…
“Acho o Nélson Semedo um grande lateral-direito. Na minha opinião é um dos melhores do mundo. Sinto-me feliz por estar numa equipa com tantos valores, com tantos jogadores talentosos. Só me vai ajudar a crescer e melhorar”, disse.
Analisando a sua passagem por Itália, Pedro Pereira explicou as diferenças que encontrou e, o mais importante, revelou que “aprendeu e cresceu” com a experiência.
“O campeonato italiano é completamente diferente; a adaptação não é fácil. Este ano tive mais espaço para jogar. É um campeonato mais tático e mais defensivo. Aprendi muito e melhorei bastante. O Benfica é das equipas que melhor defende na Europa”, afirmou.
A fechar, expetativas e sonhos futuros.
“Quero continuar a melhorar, ajudar a equipa e aprender o máximo com todos os meus colegas e treinador. Espero atingir os meus objetivos”, concluiu Pedro Pereira que durante as próximas cinco épocas e meia vai vestir de águia ao peito.

PETARDOS PARA O BENFICA? POUPEM-ME. E OS OUTROS QUE VÃO ATRÁS?



O futebol português continua de pernas para o ar. Coisa que não é de admirar se olharmos para um mundo em que os acontecimentos parecem todos eles virados de pernas para o ar. Mas, ainda assim, o futebol nacional é uma bolha dentro da bolha. Adoramos a euforia, mas não sabemos escapar à depressão.
Repare-se: o Benfica vai em primeiro lugar na liga de futebol. Perde um jogo e os seus jogadores são recebidos com petardos.
Quem está atrás tem, objectivamente, menos condições de poder vir a ser campeão nacional. Mas os que vão à frente é que são ameaçados e recebidos com petardos.
Estou a exagerar ou isto não faz mesmo sentido nenhum?
Olhemos com mais detalhe para o que se passa.
Porque é que digo que o Benfica é a equipa com melhores condições para ganhar o título?
Não é só por ir à frente. É pelo que tem apresentado ao longo do ano, aliando uma considerável solidez defensiva a uma velocidade no ataque capaz de minar as defesas mais sólidas. Tem Jonas, Mitroglou e Jimènez no centro do ataque. Tem Sálvio, Cervi, Zivkovic e Carrillo nas alas. Tem Pizzi e Fejsa no meio. Na defesa tem no banco Jardel e Lisandro como opções mais que válidas.
Percebo que o recente abaixamento de forma de alguns jogadores-chave assuste, mas as coisas devem ser vistas com um pouco de frieza.
O Porto está mais ameaçador, mas não resolveu ainda problemas básicos de concepção do seu jogo. Jota e André no centro do ataque? Ou Brahimi e Corona nas Alas? As mudanças, testes, ensaios e hesitações sucedem-se. E Oliver e Herrera no meio continuam sem convencer plenamente.
Já o Sporting está totalmente assente em Bas Dost no centro do ataque, em Gelson nas alas e na capacidade de Adrien e William se manterem em boa forma física e de correrem que nem uns galgos em todos os jogos. Alguém acredita que Jesus tenha uma alternativa de jeito? Não tem. E é preciso acreditar em milagres para pensar que Palhinha ou Geraldes já estão em condição de fazerem a diferença decisiva que decide campeonatos.
Por isso é que digo que é preciso um pouco de calma.
Basta vermos os títulos de jornais. Em duas semanas, Espírito Santo passa de ser uma besta da família dos espíritos santos que deram cabo de um banco a ser considerado como um dos vértices da santíssima trindade.
Jesus e Bruno de Carvalho num dia estão incompatibizados e já não se podem ver e o Sporting é um caso perdido. Mas, logo a seguirm já se acredita outra vez e a esperança volta a ser verde.
Os três resultados negativos das últimas semanas (empate com o Boavista, derrota com o Moreirense e derrota com o Setúbal) são seguramente um sinal de alerta para o Benfica e é óbvio que relançam a emoção para o campeonato. Mas é só isso mesmo que aconteceu: o campeonato foi relançado. Já o favorito continua a ser exactamente o mesmo.

Martim Silva, in Coluna Expresso

CAPAS DO DIA


UM AZAR DO KRALJ


O Luisão foi o jogador com mais remates do Benfica. Há grupos de ajuda para lidar com isso? (pergunta Um Azar do Kralj)
Os escribas do Um Azar do Kralj estão com dificuldades em lidar com o facto do central ter sido o jogador mais perigoso do Benfica no ataque, mas também com a performance artística de Rafa enquanto Dustin Hoffman e Jovic enquanto jovem sérvio perdido na noite de Setúbal na mais recente curta de João Salaviza

EDERSON MORAES

O facto de não ter feito uma única defesa digna de registo fez com que ocupasse a esmagadora maioria do tempo passado em campo a observar os colegas. Não merecia isso.

NÉLSON SEMEDO

Aos 39 minutos trocou de posição com André Almeida, uma alteração táctica que durou até ao final da primeira parte e deverá ser estudada durante os próximos anos. A meio da segunda parte, filmaram-no em close-up quando o jogo se encontrava parado e deu para ver alguma tristeza por ainda não aparecer nas instagram stories do Renato Sanches em Munique.

VICTOR LINDELÖF

Protagonista central da patuscada que resultou no golo do Vitória, num lance em que havia um jogador do Vitória para três do Benfica. Fica a sensação de que podia ter feito melhor, situação que aliás dura há 4 meses.

LUISÃO

Foi o jogador mais rematador do Benfica. Se alguém estiver a ler, digam-nos como é que se lida com isto. Há algum grupo de ajuda para lidar com a depressão causada por estatísticas desportivas?

ANDRÉ ALMEIDA

Pertence a uma espécie única de funcionários que, quando confrontados com a ansiedade de outro cidadão, tendem a responder “ó amigo, só tenho dois braços e duas mãos”. Ninguém diz o contrário, mas caramba.

LJUBOMIR FEJSA

É um clássico. Em todas as séries dedicadas à vida num hospital, dá-se aquele momento na história em que o médico se dirige ao familiar de um paciente em estado grave e lhe explica, antes da primeira visita, que o reencontro não será fácil, que a pessoa que ele conhecia já não é a mesma. Esperamos que alguém tenha tido esta conversa com o Fejsa antes do jogo de hoje. Um homem não é de ferro.

PIZZI

No Pizzi No Party ou JÁ NOS TOPARAM, AMIGOS. O momento do jogo que melhor resume a exibição de Pizzi aconteceu aos 49 minutos. O nosso Zidane recebe a bola com aquele jeito muito particular de quem tem sido vítima de terrorismo físico e psicológico, falha um passe aparentemente simples, faz uma falta escusada e consegue lesionar-se. Passam-se uns segundos, o jogo é retomado e uma câmara volta a filmar Pizzi. Vemo-lo coxear enquanto bate continência aos limites da condição humana. A perna esquerda acusa descrença, a direita indicia potencial desfalecimento. Lembra-nos uma vez no ISCTE em que fomos uns vinte alunos atrás de um colega coxo porque achávamos que ele sabia onde ia decorrer a aula. Devíamos ter desconfiado. Passados uns 100 metros que pareceram quilómetros, o rapaz vira-se para trás, algo incrédulo por tanta gente ter confiado nele, e diz-nos que está tão perdido como nós.

ANDRIJA ŽZIVKOVIĆ

Foi responsável, encostado à ala direita, por duas das melhores oportunidades da equipa nos primeiros 30 minutos, e foi um dos elementos mais esforçados nos 60 seguintes. Fez mal em ir ao Twitter durante o intervalo, onde alguns adeptos ligeiramente tocados escreviam coisas como “calma, Zivkovic resolve”, “isto vai acabar com hat-trick de Jonas e assistências do Zivkovic” ou ainda “eu punha o Celis”. A partir daí tentou cumprir a profecia através de algumas dezenas de cruzamentos, naquilo que foi uma espécie de glossário visual do cruzamento, do muito bom ao razoável, passando pelo conhecido “epá, este também faz sempre a mesma coisa”.

KOSTAS MITROGLOU

Nenhuma outra espécie na Terra tem a mesma capacidade de reinvenção que os seres humanos. Veja-se o caso de Kostas Mitroglou. Aos poucos vamos perdendo o futebolista, mas ganhamos um belíssimo homem-estátua. Por enquanto ainda parece ser um pouco das duas coisas. Muito bem aos 62 minutos a evitar o golo do empate após boa assistência de Jonas.

JONAS

Não esteve particularmente inspirado no capítulo do remate, mas é ainda assim um dos poucos jogadores que não parece sofrer de palpitações sempre que a bola lhe chega aos pés. A sua recepção de bola aos 91 minutos fez-nos lembrar aquele violinista que estoicamente continua a tocar enquanto o Titanic se afunda.

FRANCO CERVI

45 minutos em campo, nos quais se incluíram um remate perigoso aos 4’, uma excelente combinação com Zivkovic no minuto seguinte e um lance em que fez lembrar Bruno Basto.

RAFA

Um vírus desconhecido ameaça exterminar a população de uma pequena tribo do Alto dos Moinhos, no ano de 2017. Quando a situação parecia circunscrita, um novo foco da doença é identificado em Setúbal. Dustin Hoffman, aqui interpretado por Rafael Alexandre Silva, luta contra o tempo para descobrir um antídoto, mas as coisas não correm de feição. Alguns dos seus colegas cientistas no terreno começam a ficar impacientes com os excessos cometidos por Rafael, que parece querer resolver tudo sozinho. A história termina de forma anti-climática com a morte de todos os protagonistas.

CARRILLO

De cada vez que um realizador de televisão filma Carrillo, a expressão é a mesma. O peruano sorri. Não sabemos bem porquê: se é uma reacção estranhamente optimista à adversidade que é a sua carreira, se está nervoso, se porventura se estará nas tintas, se está de facto a achar piada a tudo isto, ou se padece de algum problema mental. Não excluímos nenhuma das hipóteses.

JOVIC

A nova curta-metragem de João Salaviza conta a história de um jovem sérvio que, sem explicação aparente, dá por si perdido numa noite de inverno em Setúbal. A narrativa, de contornos surrealistas, mostra-nos uma personagem perdida no labirinto da adolescência, a tentar descobrir quem é enquanto tenta lidar com as elevadas expectativas da sociedade moderna.

ARNALDO TEIXEIRA (AQUELE TIPO DE ÓCULOS)

Encolheu os ombros cerca de dezoito vezes enquanto descrevia calmamente os acontecimentos da noite de hoje, com a eloquência de quem já faz isto há muito tempo. Terminou dizendo de forma enigmática que “o futuro faz-se caminhando”, uma afirmação que não pareceu excluir a possibilidade de continuarmos todos a caminhar para trás.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

"DESERTO DE IDEIAS"


Quando uma equipa passa uma fase boa para uma menos boa ou má, é costume usar a expressão "desaprender a jogar". Como eu não sou de meias medidas, para o bem e para o mal, nem de paninhos quentes quando me salta a tampa - e ainda é preciso muito - eu chamo-lhe: "desertificação". O que eu tenho vindo a assistir no meu Benfica de há 3 jogos a esta parte é a uma total desertificação de futebol e artistas que já vi mas que se devem ter perdido no meio de alguma tempestade de areia.

Apatia total. Não saem passes em condições e quantidade mínimas, não há trocas de bola eficientes, não há imaginação, velocidade só até à segunda e com esforço. Bolas paradas é o mesmo que não existirem.
Que as equipas não podem manter o mesmo nível sempre e que não jogamos já sabemos mas o Benfica tem - e com obrigação de o demonstrar - mais do que argumentos para minimizar este efeito. Podem-se arranjar milhentas explicações, algumas bem plausíveis, mas insuficientes para esta desertificação inaceitável!

A única coisa que me ocorre dizer, no estado de profunda decepção em que me encontro é: continuem assim que vão longe.. A mensagem é de cima abaixo e para os lados! Quando um perde perdemos todos e as responsabilidades deverão ser atribuídas em conformidade, sem excepções. Assumam-nas e atinem ou vamos ver um filme que já vimos com um final muito triste.
Sim, porque mesmo que os outros não estejam nada de especial - e nós cada vez piores - os níveis de motivação a verem o que eu vejo e a diferença pontual a diminuir, ganhem uma motivação extra que sabemos muito bem ser um motor fortíssimo para elevar atletas a um patamar difícil de conter. Sabemos muito bem disso meus senhores!
A última palavra é para aqueles que nunca vos faltam mas não ganham jogos: NÓS! Acordem enquanto é tempo porque NÓS continuaremos como sempre, até ao fim e o fim ainda está longe! Não estava tudo ganho há 1 mês atrás e não está tudo perdido passado 1 mês mas se o andar não muda, está mais para perder do que para ganhar.
E antes que venham as lições de moral... quando é para criticar é para criticar! NINGUÉM está acima do Clube e o Clube não é nenhuma seita!

Escrito por Marta Mesquita

CAPAS DO DIA


AMIGOS, AMIGOS


domingo, 29 de janeiro de 2017

UM BENFICA ZEN POR MAIS QUATRO ANOS


A necessidade dos adversários é desestabilizar o Benfica. A especialidade de Rui Vitória é estabilizá-lo
Há dois anos, pelo menos, que a pergunta-chave da Liga Portuguesa tem de ser "como desestabilizar o Benfica?" Não é daquelas interrogações que se possa pôr em público, embora o Sporting tenha chegado a ser quase tão flagrante como isso, mas faz parte dos manuais. A maior vantagem do Benfica para os adversários é a estabilidade, diretiva, desportiva e social. Já era quando Jesus saiu de lá bicampeão e desde então, com um contributo generoso do ex-treinador e de Bruno de Carvalho, só aumentou. Desde maio de 2015, o Sporting deu ao Benfica anticorpos para tudo, do grau de camaradagem com os árbitros até às finanças duvidosas, passando pela tolerância do público ao ruído, que agora é quase total. Hoje, qualquer um de nós consegue ler o jornal (ou até escrevê-lo) ao pequeno-almoço a dois palmos do motor de um Boeing. O melhor de tudo é que a desestabilização, numa equipa de futebol, é inevitável e não precisa de intervenções externas. Demasiados suplentes, demasiadas diferenças salariais, demasiados egos, demasiadas expectativas frustradas, demasiados treinadores de bancada, etc. As lamúrias de Luisão, no início da época, são um exemplo dessa inevitabilidade. E ajuda muito ter uma espécie de provisão infindável de Xanax na pessoa de Rui Vitória. A renovação de contrato, apalavrada ontem, significa que o Benfica está bem ciente de qual tem sido a sua principal força.

José Manuel Ribeiro, in o jogo

21 CONVOCADOS PARA DESLOCAÇÃO AO BONFIM


O SL Benfica desloca-se esta segunda-feira ao Bonfim onde vai disputar a 19.ª jornada da Liga NOS. Rui Vitória revelou a lista de convocados e são 21 os atletas chamados para o encontro.
Convocados:
Guarda-redes – Ederson e Júlio César;
Defesas – Luisão, Lindelöf, Eliseu, Jardel, André Almeida, Hermes e Nélson Semedo;
Médios – Fejsa, Samaris, Carrillo, Zivkovic, Pizzi, F. Cervi, Rafa e Celis;
Avançados – Raúl Jiménez, Jonas, Mitroglou e Luka Jovic.
O V. Setúbal – SL Benfica joga-se às 20h00 de segunda-feira.

QUESTÕES


"Era uma vez um filósofo. Esse filosofo fazia a apologia da seguinte tese (cito de cor): «Há mais progresso nas questões postas do que nas respostas encontradas». Tendo a manifestar uma concordância de princípio. Mas, como em tudo o mais na vida, é sempre um risco tomar como certezas adquiridas o que podem ser meras proclamações de generalidades ou formulações abstractas. Por mim, o que sei de ciência certa é que quanto mais procuro saber menos certezas tenho. Talvez por isso não seja totalmente despiciendo fazer passar afirmações vagas ou exercícios efabulatórios pelo filtro da concreta experiência da vida real. Voltemos ao nosso filósofo. Exemplifiquemos o tema com uma concreta situação verídica e outra hipotética abstracta. Assim: diz-se que Hugo Ventura poderá abandonar o Belém ainda nesta chamada janela de transferências. E então? Então isso poderia permitir aos azuis o que, presumo, deve ser um recorde mundial. Como assim? É que não me ocorre mais nenhum caso de algum clube que tenha mudado 4 (quatro!) guarda-redes em meio campeonato. Lembro que ainda não estava concluída a primeira volta e já tinham abandonado o Restelo os guardiões André Moreira, Rafael Veloso e Joel Pereira. Note-se também que Ventura, apesar de ter sido formado nas escolas do Dragão, não é um dos cinco (Fabiano, Ricardo Nunes, Sinan Bolat, André Fernandez e Kadu) guardiões que o FC Porto mantém sob contrato mas que não fazem parte dos plantéis das equipas A e B. A questão, muito singela, é a seguinte: Como é tudo isto possível? Simulemos agora uma pergunta de algibeira: se no futebol o que hoje é verdade amanhã é mentira, não será de admitir o recurso ao polígrafo?"

Bagão Félix, in a bola

CAPAS DO DIA


CRÓNICA DE LEONOR PINHÃO


Pinto da Costa e os árbitros
Na noite de temporal da última quinta-feira, seguindo através da televisão a segunda meia-final (essa mesmo!) da Taça da Liga quando chegou o intervalo, pondo diligentemente de lado o bloco onde registara em gatafunhos muito pessoais os momentos mais vivos dos primeiros 45 minutos do jogo - o golo precoce de Salvio, a não - rendição do Moreirense e, sobretudo, uma quantidade de conclusões péssimas do ataque do Benfica -, voltei a pegar, por desfastio, no livro que Tostão publicou no ano passado, "Tempos vividos, sonhados e perdidos", e que estava ali à mão de semear. Tostão, isto para os mais novos, foi um jogador genial, um dos artífices daquela fabulosa seleção do Brasil que venceu o Mundial de 1970. Terminou muito cedo a carreira, formou-se em Medicina e dedicou-se ao ensino e à escrita. O dr. Eduardo Gonçalves de Andrade sempre fez e continua a fazer tudo bem feito, com bola e sem bola.
Folheando distraídamente, confesso, o tal livro de Tostão - os desplantes da equipa do Benfica na primeira parte de Faro impediam, por contágio, qualquer pessoa de se concentrar numa atividade tão nobre como a leitura -, fui parar à evocação de um Venezuela-Brasil de 1969, um jogo de qualificação para o Mundial do México, dando com esta maravilhosa historieta sobre João Saldanha, jornalista e selecionador do Brasil:"Contra a Venezuela em Caracas, no primeiro tempo perdemos uns dez gols. Irritado, Saldanha nos castigou, proibindo-nos de entrar no vestuário durante o intervalo. Voltámos e ganhámos o jogo por 5-0. Eu fiz trés gols e Pelé fez dois." Não se pode deixar de sorrir perante estas linhas mesmo quando se está a ganhar por 1-0 ao Moreirense com uma exibição lamentavelmente descontraída e, por isso mesmo, nada prometedora.
Deveria o treinador do Benfica fazer ao intervalo o mesmo aos seus jogadores que Saldanha fez às estrelas do "escrete" há quase meio século? Não, nem o nosso Rui Vitória é Saldanha para uma coisa destas nem os tempos são os mesmos...E, diligentemente, fechando o livro, trocando-o pelo bloco de notas, preparei-me para os segundos 45 minutos. Antes não tivesse fechado o livro.
O presidente do Porto veio esta semana a público recordar o processo Apito Dourado de que saiu ileso segundo a sua interpretação dos factos. No entanto, enquanto houver YOUTUBE será difícil que a sua opinião prevaleça sobre as demais. Ontem, hoje e, pior ainda, por toda a posteridade.

Leonor Pinhão, in record

CARTOON


sábado, 28 de janeiro de 2017

TRIUNFO JUSTO EM DÉRBI EMOCIONANTE!


Pavilhão Fidelidade, no Complexo Desportivo da Luz, praticamente lotado para o jogo grande da 13.ª jornada do Campeonato Nacional de Hóquei em Patins. Frente a frente SL Benfica e Sporting CP em mais um emocionante dérbi.
Começaram melhor as águias, com Diogo Rafael a tirar as medidas da baliza de Ângelo Girão em duas ocasiões. Não obstante, foram os leões a chegar à vantagem, com Daniel Oliveira a fazer o 0-1, depois de assistência de Pedro Gil.
O Benfica carregava, tomava conta das operações, mas mais uma vez, já muito perto do intervalo, Sergi Miras aumenta a vantagem para 0-2, num lance precedido de uma falha grave da equipa de arbitragem ao não assinalar falta favorável ao Benfica.
Na resposta, Diogo Rafael remata de meia distância, a bola sofre um desvio, e acaba no fundo das redes leoninas. 1-2, resultado com que se atingiu o final dos primeiros 25 minutos.
Reatar e mais um lance polémico. Grande penalidade – claríssima - favorável ao Benfica não assinalada, depois de Tuco defender com os patins um remate de João Rodrigues.
Mas o empate não tardaria, com Jordi Adroher a fazer o 2-2, na cobrança soberba de um livre direto.
Sem ser um dérbi espetacularmente jogado ao nível tático-técnico, não faltou intensidade, emoção e golos…
Mais uma grande penalidade favorável ao Sporting e Tuco coloca novamente os leões em vantagem (2-3); resposta e Jordi Adroher a bisar e colocar o marcador em 3-3.
O Benfica mostrava em quadra que queria ganhar, com carácter, raça e ambição… o Sporting, mais expetante, espreitava o erro e acabou por sofrer as consequências dessa postura.
Quatro minutos para o final e Miguel Rocha rematou para o 4-3, colocando o SL Benfica pela primeira vez na frente do marcador.
E jogo interrompido durante largos minutos na Luz para decidir cumprir os regulamentos… A 3,34 João Pinto entra em quadra antes de tempo, e sem ordem para o fazer, acabando por ser expulso, juntamente com o treinador, como manda as regras!
Reatar e Nicolia marca e faz o 5-3. A cerca de 58 segundos do fim, Pedro Gil sentencia o marcador em 5-4. Justo!
Pedro Nunes fez alinhar de início Guillem Trabal, Valter Neves, Diogo Rafael, Carlos Nicolia, e João Rodrigues.
Com este resultado, o SL Benfica mantém a liderança isolada, somando 36 pontos, e fecha um “sábado à Benfica”, com vitórias do BasquetebolVoleibol Andebol.
Segue-se a Liga Europeia, no dia 4 de fevereiro, sábado, com o Campeão da Europa a viajar até ao reduto do VIC, nas contas da 5.ª jornada da competição. Esta fase de grupos fecha no dia 18 de fevereiro, com as águias a receberem o Diessbach, à passagem da 6.ª ronda. Os quartos de final - onde as águias já garantiram presença! - a duas mão, estão agendados para 11 de março e 1 de abril. A Final Four terá lugar a meados de maio.
O Campeonato Nacional regressa no dia 11 de fevereiro, sábado, com o Bicampeão a viajar até ao Pavilhão Municipal de Valongo para defrontar os locais. Esta partida, referente à 14.ª ronda, está agendado para as 18h30

BARBA E CABELO


BÊS EMPATAM EM BARCELOS


SL Benfica B e Gil Vicente empataram, este sábado, a uma bola, em jogo da 24.ª jornada da Ledman LigaPro.
No Estádio Cidade de Barcelos, foi a estreia de Pedro Álvaro como convocado. Jota (João Filipe), júnior de primeiro ano, foi titular.
Hélder Cristóvão não pôde contar com quatro lesionados: Gonçalo Rodrigues (rotura do ligamento cruzado anterior do joelho direito), Igor Rocha (rotura do ligamento cruzado anterior do joelho direito), João Félix (lesão muscular na face interna da coxa esquerda), João Escoval (entorse na tibiotársica direita) e Ivan Zlobin (traumatismo no joelho direito).
O técnico apostou então em André Ferreira, Aurélio Buta, Francisco ferreira, Kalaica, Yuri Ribeiro, Pedro Rodrigues, Florentino Luís, Jota (59’ Romário), Diogo Gonçalves, Heriberto Tavares (71’ Saponjic) e José Gomes (86’ Filipe Ferreira) para o onze inicial. No banco ficaram Fábio Duarte, Pedro Álvaro, Pedro Amaral, Romário, Luquinhas, Pipo Ferreira e Saponjic.
Aos 12’, grande oportunidade para Diogo Gonçalves com a bola a sair ao lado da baliza de Vozinha. Dois minutos depois, o perigo veio do lado do Gil Vicente, com Paulinho a cabecear ao lado.
José Gomes, aos 22’, inaugurou o marcador, com o SL Benfica B a gerir depois o resultado até ao intervalo.
No segundo tempo, o Gil Vicente chegou ao empate, aos 52’, por Paulinho. Os encarnados tiveram a oportunidade de desfazer a igualdade, aos 61’, mas na conversão de uma grande penalidade, Vozinha negou o golo a Pedro Rodrigues.
Aos 79’, na sequência de um canto, Diogo Gonçalves quase atirou para o segundo. Valeu a barra da baliza do guardião gilista.
A última oportunidade surgiu já nos instantes finais da partida, com Vozinha a defender mais um penálti por Diogo Gonçalves.
Com este empate, o conjunto liderado por Hélder Cristóvão passa a somar 35 pontos (nove vitórias, oito empates e sete derrotas).
Na próxima jornada, o SL Benfica recebe o FC Vizela numa partida agendada para as 18h00 de sexta-feira, dia 3 de fevereiro.

CAPAS DO DIA


MISS PIGGY


"A Miss Piggy voltou aos palcos da ribalta. Agora apareceu a falar na primeira pessoa e, com ajuda da linha editorial, numa complacência aflitiva, começou a disparar fogo pelos olhos envenenados.
É realmente com confrangedor ouvir vociferar contra calúnias, através de difamações. É tipo 'eu nunca faço mal a ninguém, mas os meus fins-de-semana são passados a bater nas pessoas'. Melhor seria acrescentar 'eu não faço mal a ninguém - durante a semana'.
Sinceramente, fartei-me de a (o) ouvir! É que já nem consigo olhar para a sua cara sem me fazer imediatamente recordar o feriado infantil de fantoches com o seu apogeu na célebre Miss Piggy.
Se o ridículo fosse petróleo, estávamos todos ricos. Só que não é petróleo. Afinal é má educação! E grande abstinência literária!


A loja das antiguidades acaba por ser perpassada por alguns, poucos, intervenientes que se acomodam a fazer-nos lembrar que o mundo é habituado por uns quantos energúmenos. Aquela carinha não engana ninguém!
Por mim, podem continuar a vociferar, mas por favor, vão vociferar, para muito longe daqui. Por qué no te callas?!


Por favor!
(...)"

Pragal Colaço, in O Benfica

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

QUE SIRVA DE LIÇÃO


A última jornada contra o Tondela mostrou quão difícil vai ser a caminhada na luta pelo almejado 36.
Vamos ter um caminho difícil, em luta com um FC Porto que nunca desiste. Boavista foi um aviso, Tondela foi um susto e Moreirense um pesadelo. Não tanto por ser a primeira alegria dos rivais esta época, mas porque temos que fazer mais. Há muito mérito dos de Moreira e há muito demérito do Benfica. A sorte e azar fazem parte do jogo. Esta prova é importante e não vencer é um fracasso. Ficamos pelos sete títulos. Sem meias tintas, parabéns ao Moreirense e SC Braga. Quando há mérito de quem vence, são ridículas outras explicações. Que sirva de lição para o resto da época, porque não foi por falta de avisos. Não gosto de ver o Benfica a gerir o que ainda não ganhou, gosto de ver mais alma, mais vertigem, mesmo que isso tenha riscos. Bem sei que não é só na corrida ou na intensidade que se ganham jogos, mas, a nível interno, é assim que temos que assumir o jogo.
Vendemos o Gonçalo Guedes por valores que não se podem recusar: €30 milhões é muito dinheiro para honrar compromissos e pagar as contas. Bom negócio, mas é de bons jogadores que se fazem os bons resultados. Resta olhar para o futuro que se chama Vitória de Setúbal, sem mais lamentações. Que venha o Fejsa rapidamente, porque faz falta e a diferença. Campeonato Nacional e Taça de Portugal são o que queremos vencer e não é pouco. Perceber que temos que fazer mais e melhor é o único caminho para lá chegar. Uma palavra final para a categoria das declarações de Rui Vitória na hora da derrota porque ter classe na derrota também é motivo de orgulho.
Por fim um sublinhado para Roger Federer: com 35 anos, numa final de um Grand Slam, recordes atrás de recordes, do melhor jogador de todos os tempos, uma lenda do desporto.

Sílvio Cervan, in a bola

CARTOON


BARBA & CABELO


HÁ SEMPRE UM DAVID NO FUTEBOL


Moreirense mostrou que há equipas de menor dimensão com bons jogadores e treinadores

SOBREVIVÊNCIA
1 Moreirense e Benfica promoveram minirevoluções nos respetivos onzes, os primeiros mais preocupados com o Campeonato, os encarnados dentro do que têm sido as opções nesta competição. Benfica entrou muito forte, marcou num belo lance de transição, no qual Jonas baixou no terreno, tocou para Eliseu, que, na esquerda, cruzou brilhantemente para Salvio concretizar. Foram 15/20 minutos por cima do jogo, com o Moreirense a sentir muitas dificuldades a sair da pressão em contra-ataques, porque Geraldes esteve muito próximo de Ramirez, faltando alguém para ligar o meio-campo e ataque. Benfica criou mais oportunidades, viveu muito dos desiquilíbrios, no interior ou nas faixas, de Salvio, mas faltou eficácia. O Moreirense, condicionando o jogo exterior do adversário, sobreviveu.

INÁCIO
2 As alterações de Augusto Inácio ao intervalo foram determinantes para o desfecho do jogo. Com trés jogadores velozes no ataque - Podence, Dramé e Boateng - e com Geraldes, agora em zonas mais recuadas a pegar no jogo e a beneficiar da intensidade de Fernando Alexandre, o Moreirense aproveitou as fragilidades do Benfica através da mobilidade e velocidade dos homens da frente. Esta transformação da equipa tem muito mérito do treinador. A equipa não só está a crescer no Campeonato como o David cresceu, ontem, contra o Golias. Os primeiros 15/20 minutos do Moreirense na segunda parte são diabólicos, E o Benfica foi apanhado de surpresa.



EMOÇÃO
3 O Benfica reagiu emocionalmente, Rui Vitória jogou com trés defesas (Lindelof, Jardel e Eliseu), quatro médios (Salvio, André Almeida, Pizzi e Zivkovic) e trés avançados (Jonas e Jiménez, com Rafa nas costas) e , a determinada altura, o jogo estava partido, com ocasiões para as duas equipas. Faltou clarividência aos encarnados e aos de Moreira de Cónegos, neste caso quando surgiam em contra-ataque e em superioridade numérica. Moreirense é um justo finalista. Provou que há equipas de menor dimensão bem organizadas, com bons jogadores e treinadores. E, para o futebol, é bom haver surpresas.

MITROGLOU
4 Não jogou, nem sequer estava convocado, mas nota-se, cada vez mais, que Mitroglou é fundamental na equipa do Benfica. Faltou aos encarnados presença na área do Moreirense e no corredor central, até porque Raúl Jiménez cai nos corredores laterais. apesar disso, continuou a jogar como se Mitroglou estivesse em Campo. Por outro lado, Carrillo ainda não é o Carrillo do Sporting. A+pesar de alguns bons pormenores, esteve muitas vezes fora do jogo. Voltou a perfer uma oportunidade de afirmação.

Vítor Manuel, in a bola

PRÉMIO JUSTO PARA RUI VITÓRIA


Luís Filipe Vieira decidiu renovar já com Rui Vitória. O treinador tinha contrato até 2018 - ficando agora ligado ao Benfica por mais trés anos, vendo também o seu ordenado aumentado. Percebe-se que o assunto não seja prioritário (não quero dizer que Vitória não tenha mercado lá fora, deve ter, em especial por aquilo que os encarnados tem feito na Champions sob o seu comando), tratou-se acima de tudo de premiar um treinador que pegou na equipa em momento delicadíssimo e contra todas as previsões provou toda a sua competência. Justíssimo, portanto, que Vieira tenha reconhecido o excecional trabalho desenvolvido por Rui Vitória ao longo deste ano e meio. E a verdade é que se o Benfica tinha um treinador barato, não é pelo aumento que lhe deu agora que assim deixará de ser.
É público que a chegada de Vitória à Luz representou uma redução significativa do peso salarial no que à equipa técnica diz respeito. Para não falar em números exatos, digamos apenas que aquilo que o novo treinador ganhava em trés anos era menos do que Jesus auferia numa época apenas.. E a verdade é que em nada essa troca afetou o Benfica. Não a nível desportivo, muito menos no aspeto financeiro. Aliás, o encaixe que o clube da Luz fez em 2015/2016 com a chegada aos quartos-de-final da Liga dos Campeões e já este ano, em que está nos oitavos, daria para quase 50 anos de contrato com Rui Vitória. Se a isso juntarmos as vendas de Renato Sanches e Gonçalo Guedes (estes dois em especial, porque a sua ascensão teve muito o dedo do treinador) percebe-se que não é injusto o meio milhão que o Benfica lhe pagará a partir de agora (são esses, mais coisa menos coisa, os números de que se fala). Pelo contrário. Mesmo que lhe dobrassem o vencimento, Rui Vitória continuaria a ser um treinador barato. E que dá muito lucro. E a derrota de ontem não muda nada...

Ricardo Quaresma, in a bola

FIM DA "DITADURA" NA TAÇA DA LIGA


Surpresa no Algarve, o Moreirense derrotou o Benfica e vai disputar, com o SC Braga, a final da Taça de Liga, colocando ponto final na hegemonia encarnada nesta competição. No futebol português contam-se pelos dedos de uma mão as vezes em que o final de uma prova nacional não teve a presença de um dos trés grandes e, embora quer a presença de público no Estádio do Algarve no domingo, quer a audiência televisiva da final, inevitavelmente, venham a ressentir-se da ausência, neste caso, do Benfica, estamos perante um sinal de irreverência que pode ser exemplo para os underdogs do nosso futebol. Parabéns pois, Moreirense!
Quanto ao Benfica, em pouco tempo foi o segundo aviso à navegação. Primeiro, foi o Boavista a marcar trés golos de rajada aos encarnados; ontem, novo apagão da equipa de Rui Vitória e mais trés golos na virada do Moreirense sobre o tricampeão. Ou seja, estamos perante sinais de um padrão de desconcentração competitiva do Benfica que, nesta fase crucial da temporada, deve ser levado muito a sério pelos responsáveis encarnados. Está a faltar qualidade na circulação de bola do Benfica e a qualidade defensiva da equipa decaiu bastante. A explicação pode ser encontrada, parcialmente, na ausência de Fejsa, o pêndulo da equipa, mas não será só por aí que o Benfica está a claudicar. Os encarnados estão a pagar o preço das rotações constantes, especialmente nas alas, no binómio lateral-extremo, traduzido em faltas de rotinas que penalizam a equipa; e, sejamos absolutamente claros, torna-se difícil ao Benfica ser eficaz sem que, ou Mitroglou ou Jiménez estejam em campo.

José Manuel Delgado, in a bola

GESTOS QUE FAZEM UM GRUPO


Um bom treinador faz um grande grupo (em antítese da grande verdade de que só os maus líderes fazem «fraca forte gente=)
Marcelo Rebelo de Sousa: um presidente à Benfica
1 Completou-s,e anteontem um ano desde a eleição de Marcelo Rebelo de Sousa. Um Presidente à Benfica (embora seja do Sporting de Braga)! Parabéns, Senhor Presidente da República.

Unir para formar uma equipa
2 Recentemente, Rui Vitória afirmou (e muito bem) que é de «pequenos pormenores que se fazem grandes equipas». Como os momentos como os que todos presenciámos, nos últimos jogod do Benfica, a provar a tal união, que ajuda a ganhar. E o que ele está - novamente - a fazer é construir uma nova e grande equipa. À semelhança do que aconteceu a época passada, quando a maior parte o olhava com desconfiança e com descrença na sua capacidade de ganhar e de construir uma equipa.
Um grupo!
Aquelas palavras foram ditas num determinado contexto, imediatamente após um gesto de grande profissionalismo, de solidariedade e de entreajuda de um jogador para com um colega seu.
No jogo com o Leixões, para a Taça CTT, quase via postal, Jonas - o marcador habitual de grandes penalidades - cedeu a Mitroglou a marcação de um penálti. Um gesto que não passou a ninguém em claro. Como não passou, também, em claro a reação do banco ao grande golo de André Almeida, nesse mesmo jogo. Ou, no jogo de domingo passado, frente ao Tondela, os festejos do primeiro golo, após as dificuldades iniciais. Ou, ainda, e também nesse jogo, pela forma como vibraram com o golão de Rafa - que por ter sido, efetivamente, um grande golo, de levantar o estádio, e por ter sido ele, em particular, a marcar... o seu primeiro de muitos (como esperamos) ao serviço do Benfica.
Gestos e reações que fazem um grupo. E que significam muito a quem assiste, mas sobretudo para quem os orienta e lidera. Porque, na verdade, um bom treinador faz um grande grupo (em antísese da grande verdade de que só os maus líderes fazem «fraca a forte gente»,).

BENFICA - TONDELA
3 No passado domingo repetiu-se o que tem acontecido nos últimos jogos. Uma primeira parte com muitas dificuldades para ligarmos os vários setores - inclusivamente as diversas fases ofensivas - que teve consequências visíveis na última linha. De facto, no primeiro tempo, o Benfica não conseguiu desmontar a estratégia do Tondela. Mérito para o adversário, que nos criou imensas dificuldades, evitando quase sempre lances de perigo, mas, essencialmente, grandes oportunidades para o Benfica, anulando qualquer tipo de movimentos. Quase irrepreensível - até a defender, embora não espelhado no resultado - este Tondela! Uma equipa muito coesa defensivamente.Por outro lado, tão decisivo quanto a estratégia defensiva, o antijogo do Tondela, concretizado, sobretudo, pelo seu guarda-redes.
Ao invés, , uma segunda parte totalmente diferente: dinámica e com grande ligação entre os setores.
Como se houvesse todo um novo mundo. Porque passámos a ter o que nos faltara: movimentações e... os golos. Jogando e fazendo jogar. De forma criteriosa e com grande rigor. Com pormenores extraordinários. Só assim se conseguiu ultrapassar a estratégia do adversário - e as várias assistências ao seu guarda-redes (uma por cada 2 defesas... já para não falar na eternidade que precisava para marcar cada pontapé de baliza)!
Com aquele adicional de alma à Benfica, porque - como tenho vindo a dizer - só um Benfica assim, em cada jogo, ultrapassará toda e qualquer adversidade. Um Benfica feito de jogadores a transbordar de mística - mesmo que não tenham aqui nascido, mas que aprenderam a ser do Benfica - que também farão dessa mesma raça e do seu querer um Benfica (tetra) Campeão...

Os passos de uma longa caminhada
4 Este será o nosso maior desafio: o tetra. E, para que isso possa acontecer, só com um Benfica forte e unido. Sem que seja necessário o Presidente e o Treinador prometerem títulos (até porque, sabemos agora, promessas dessas só no Apito Dourado... por muito que isso custe a alguns),
Ganhar é o nosso objetivo. Estamos a meio de uma longa caminhada. No caminho para o sempre ambicionado tetra. Com a plena consciência dos obstáculos que teremos de ultrapassar. Sem desvalorizar ou menosprezar nenhum dos clubes que nos irão defrontar. Mas sabendo que a decisão deste campeonato passará, muito, por Braga, onde iremos na 22.ª jornada, mas por onde passarão todos os outros candidatos nesta segunda volta. Ainda falta muito campeonato. E muitos pontos para discutir, para ganhar, perder e recuperar. O que se avizinha não será fácil. E se não o será para nós, imaginem para outros candidatos que não jogam nada e cujo plantel vale muito menos que o nosso.
E que vão entrar num ciclo de jogos de enorme dificuldade: deslocação ao Estoril; receção ao Sporting (o que me vou rir... o Sporting, a partir de agora, a só se preocupar com Braga e Porto, pela aspiração recentemente atualizada) e deslocação a Guimarães. A tal superequipa, a quem - segundo os próprios - não assinalam 2 penalties, em média, por jogo, ou mais, especialmente quando não ganham... porque jogam muito pouco. Ou seja, por culpas e incompetências próprias. Mas com muita permissividade dos árbitros. Porque nunca os ouvi confessar que foram beneficiados, apenas muito prejudicados quando o normal é acontecer o contrário... como no fim de semana passado. Com a certeza de que farão tudo o que puderem para nos condicionar, impedindo o nosso tetra. Por isso, não tenho dúvidas: vamos voltar a ter que recorrer ao «olho por olho, dente por dente» .
Seja quem for. Acreditem.

GONÇALO GUEDES
5 Gonçalo Guedes foi o mais recente menino bonito da Luz, lançado, a par de outros tantos jovens jogadores, a partir da nossa formação. O menino que se impôs como um dos imprescindíveis da equipa (e dos sócios e adeptos)!
Não obstante as adversidades que foi tendo ao longo do seu percurso, nunca teve receio do desafio.
A par de Bernardo Silva, André Gomes, Renato Sanches, Lindelof, Nélson Semedo, entre tantos outros, fez da ambição, vontade e disponibilidade as suas maiores armas. Sendo, efetivamente, uma aposta ganha. Demonstrando que, no Seixal, se consegue conciliar o crescimento com mudança de paradigma, mas, muito especialmente, formação com vitórias.
Esta semana soube-se que Gonçalo Guedes sairia para o Paris Saint Germain.
Continuará a jogar entre os melhores. E será, certamente, bem recebido por Angel Di Maria, para, nas horas de lazer, procurarem saber novas do seu - deles - Benfica.
Do Benfica, de nós todos, fica a gratidão (mútua, por certo) e a promessa de o querermos ver em maio, juntamente com Renato Sanches, no Marquês!

Rui Gomes da Silva, in a bola